O caso da perna de barata - no restaurante
Esta história aconteceu comigo, há vários anos atrás quando eu e minha família viajamos pra Fortaleza.
Resolvemos comer em um restaurante próximo ao hotel em que estávamos hospedados. Era um restaurante pequeno, bonitinho e que servia comida bem típica da região.
Tudo estava tranquilo, as pessoas eram simpáticas, inclusive a dona do restaurante que ficava no caixa. Fizemos os pedidos normalmente, primeiro as bebidas e depois a comida. Tudo ía bem até que um dos meus filhos resolveu pedir mais um refrigerante. O garçom trouxe uma garrafa de Coca-Cola daquelas antigas e, ao servirmos para nosso filho, vimos que havia uma perna de barata grudada na garrafa! Fiquei horrorizada – aff ninguém merece ver aquilo...
Meu marido chamou imediatamente o garçom, que veio todo solicito e viu o que estava acontecendo. Ele então pegou a garrafa, deu uma chacoalhada pra perna da barata cair no chão e colocou a garrafa de volta na nossa mesa: “Pronto, agora está tudo certo, vocês podem tomar o refresco sem problemas” – disse ele, na maior cara de pau, sorrindo como se não tivesse ocorrido nada demais. Oi como assim??
Ele falou que a garrafa estava armazenada em um local com muitas outras garrafas e às vezes acontecia deles não conseguirem verificar todas elas – mas que não havia baratas vivas pois eles dedetizavam o local. Enfim, deu uma resposta que não nos convenceu e, quando a conta chegou, meu marido não quis pagar os 10% da taxa de serviço.
Assim que o garçom viu a situação ele ficou com uma cara muito feia - seus olhos ficaram vermelhos de raiva e meu marido pediu pra chamar o gerente pra explicar a situação.
Então a dona do restaurante foi falar com a gente. Ela pediu pra pagarmos os 10% normalmente e que nos daria desconto nas refeições, explicando que o garçom não recebia salário, apenas as taxas de serviço...
Como viu que éramos de São Paulo, disse que também havia nascido e morado nesta cidade por muitos anos e que se mudou pra Fortaleza a fim de montar aquele restaurante. Disse que o nível de atendimento em Fortaleza não era igual ao de São Paulo, que as pessoas não eram tão exigentes e que, quando acontecia qualquer desavença com relação a qualquer tipo de situação, as pessoas daquela região resolviam o caso na base da “peixeira” – manja aquele facão que os cangaceiros utilizavam pra matar as pessoas?
Acho que ela deu uma exagerada, mas nos deixou um pouco preocupados, vai saber né? Foi bem isso que a mulher tentou nos dizer – para que pagássemos o garçom senão estaríamos em maus lençóis....
Sabem quando voltaríamos aquele restaurante? Nunca, óbvio! Apesar de a dona ser muito gentil e ter se mostrado preocupada com a situação, a experiência foi bem traumatizante e não queríamos tentar outra vez.
Depois daquela experiência continuamos a viagem e graças a Deus não tivemos nada parecido com aquele atendimento e voltamos felizes pra São Paulo!